28 dezembro, 2011

Mais um ano que se vai, mais experiências que ficam!


No ano de 2011, mesmo que muitas coisas tenham sido duras e difíceis, tenho certeza que muitas delas,  foram sugadas pela alma e nós fizeram pensar e refletir sobre como é bom estarmos vivos para receber e compartilhar esses aprendizados. Já as coisas boas, serão sempre lembradas e disseminadas... Será sua janela para que, em 2012, você saiba que mesmo com as "durezas" de alguns dias, muitos outros dias podem ser sempre "doces", sempre eternos e lembrados com carinho e muita alegria.


O Emtrechos deseja a todos os seus amigos, parentes e leitores, um ótimo Natal e um 2012 de muita cultura, paz, saúde e grandes e novas aventuras!

10 dezembro, 2011

Quem tem medo?


Talvez, se você for um leitor assíduo, tenha o habito da leitura desde muito jovem e queira que seu filho siga seu exemplo, já saiba o que sugerir ao pequeno para que ele dê início ao mundo da leitura.
Um tempo atrás, na faculdade, uma colega de sala me perguntou sobre o livro que eu estava lendo, que ainda estou. Era Sangue de Tinta, sucessão de Coração de Tinta, da postagem anterior. Depois de contar sobre sua história, ela me perguntou se eu sugeria a trilogia à crianças com idade na faixa etária de 10 anos, no caso seria para suas filhas gêmeas. Me disse que ela mesmo não tem o hábito de ler, mas queria instigar esse gosto nas filhas. Disse a ela que na minha opinião, se as meninas não têm esse costume, deveriam começar com leitura simples, não boba, mas também não de muitas páginas. A princípio, sugeri que descobrisse o que mais chamava a atenção das garotas.
No fim das contas dei a sugestão da coleção Quem tem Medo, de Fanny Joly.
Eu tinha uns 8 ou 9 anos quando a li. Me apaixonei.
Os títulos são em torno dos medos que geralmente temos quando criança. Separei três para citar os trechos.



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Trecho 1: Quem tem medo de dentista?

Nervosa como uma pilha,
imaginei o doutor Padilha:
um homem assustador,
malvado, aterrador,
torturando uma moça toda amarrada
na cadeira reclinada.

Minha mãe falou com ar satisfeito:
- Ele vai atender já, que sorte!
Mas eu senti um nó no peito!
Dentista pra mim era a morte!



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Trecho 2: Quem tem medo de escuro?

Alguém abriu o portão do jardim.
Passos chegavam cada vez mais perto.
Ai, meu Deus, coitada de mim!
Era mais um monstro, decerto.

Bum, bum, bum!,
bateram na portam.
Au! Au! Au!,
latiu o cachorro.
E eu gritei já quase morta:
- Socorro!

Então uma voz chamou:
- Olá, vizinha, sou eu!
Lá em casa a luz acabou.
Vim aqui ver o que aconteceu!



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Trecho 3: Quem tem medo de fantasma?

Vejo então
um pássaro branco voar e...
- HA! HA! HA!
A gargalhada volta a ecoar.

O pássaro está ali, bem na minha frente.
Mas não é pássaro, gente!
É um fantasma, com os braços presos
a uma corrente.
É feito de puro osso,
dos pés ao pescoço.



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Digo ainda que a leitura não é só para crianças.
Um dia desses a noite, fui ler para meu irmão de 10 meses e parei na metade. Minha mãe, que pensei que estivesse dormindo me diz: "Ah não, continua. Estou gostando!" rs


Onde encontrar todos os títulos da coleção:
http://www.scipione.com.br/SitePages/sub_home.aspx?Catalogo=Paradid$225$ticos&Segmento=Literatura$32$Infantil&Exec=1


Espero que tenham gostado!!!

25 novembro, 2011

Coração de Tinta

Coração de Tinta é o primeiro livro de uma trilogia que trás um mundo cheio de fantasia e aventura, foi lançado em 2003, e escrito por Cornelia Funke. Escritora e ilustradora de livros infantis e infanto-juvenis, Cornelia nasceu em 1958, Dorsten, na Alemanha. Estudou pedagogia assim que terminou o colégio e trabalhou durante três anos como assistente social. Durante esse período de trabalho, teve contato com diversas crianças carentes, que diante da dura realidade, inventavam histórias e personagens fantásticos. Desde então, Cornelia começa a ter contato com a fantasia. Sua pós-graduação foi em artes plásticas. A partir daí, a autora começa a ilustrar livros infantis, e depois a criar suas próprias histórias.

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O Livro

Meggie tinha apenas 5 anos quando aprendeu a ler, incentivada por seu pai Mo (Mortimer Folchart), um encadernador de livros, “médico dos livros” como ela o chamava. Os dois dividem um amor mútuo pelos livros e suas histórias, um amor mágico.

O que Meggie não compreende é por que Mo se recusava a ler em voz alta sempre que ela pedia. Nunca ouvira seu pai contar-lhe uma história. Então, aos 12 anos, Meggie descobre que seu pai é capaz de dar vida a qualquer personagem que ele leia em voz alta, podendo trazê-los para nosso mundo.

Esse fato aconteceu quando Meggie tinha 3 anos. Ao ler Coração de Tinta em voz alta, Mo trouxe personagens incríveis e assustadores do Mundo de Tinta. Em troca disso, quando algo ou alguém sai da história fictícia, um personagem da vida real é transportado para dentro dela. Foi o que aconteceu à mãe de Meggie, Resa (Theresa).

Dentre os personagens trazidos do mundo fictício está Capricórnio, um vilão assustador, que procura por Mo para realizar suas malvadezas. Dentre elas, Capricórnio pretende trazer do Mundo de Tinta uma temida criatura, que completará com ele o plano de se dar bem no mundo em que hoje habitam. Para atrair o alvo desejado, Capricórnio usa Meggie como isca. Após descobrir os planos do vilão, a menina descobre que, como seu pai, tem o dom de dar vida às personagens...


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Trecho 1: Um estranho na noite


Na porta da oficina de Mo havia uma placa, uma pequena placa de latão. Meggie sabia de cor as palavras que estavam escritas ali. Aos cinco anos ela aprendera a ler com aquelas letras antigas e enfeitadas:


Alguns livros devem ser degustados,

Outros são devorados,

Apenas poucos são mastigados

E digeridos totalmente.


Naquela época, quando ainda precisava subir numa caixa para decifrar a placa, ela pensava que a frase falava literalmente em mastigar, e se perguntava horrorizada por que Mo havia escolhido para pendurar em sua porta as palavras de alguém tão esquisito, que destruía livros daquela maneira.


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Trecho 2 : Uma casa cheia de livros


Meggie sempre achara que Mo possuía muitos livros. Depois que entrou na casa de Elinor, deixou de pensar assim.

Ali não havia pilhas de livros espalhadas por todos os cantos, como na casa de Meggie. Aparentemente, cada livro tinha seu lugar. Mas, nos lugares onde na casa das outras pessoas havia papel de parede, quadros ou simplesmente um pedaço de parede nua, na casa de Elinor havia estantes abarrotadas de livros. No vestíbulo eram estantes brancas, de madeira clara, que subiam até o teto; nos aposentos que atravessaram a seguir, elas eram escuras como o assoalho, assim como no corredor em que entraram depois.

– Estes aqui – anunciou Elinor, fazendo gestos desdenhosos enquanto passava na frente das lombadas espremidas umas contra as outras – foram se juntando no decorrer dos anos. Não são muito valiosos, a maior parte é de qualidade inferior, nada de extraordinário. Caso alguns dedinhos não consigam se controlar e em algum momento peguem um deles – ela lançou um breve olhar para Meggie – não haverá consequências graves. Contanto que esses dedinhos, depois de saciada sua curiosidade, coloquem cada livro de volta no seu lugar sem deixar nenhum marcador nojento dentro deles.

Com essas palavras, Elinor virou-se para Mo.

– Você não vai acreditar, mas num dos últimos livros que comprei, uma magnífica primeira edição do século XX, eu encontrei uma fatia seca de salame como marcador de leitura!

Meggie deu uma risadinha, o que lhe rendeu instantaneamente mais um olhar pouco amigável.


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"Os livros precisam ser pesados, porque o mundo inteiro está dentro deles."

Inkheart

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Coração de Tinta teve uma adaptação para o cinema em 2008, com direção de Iain Softley. Teve como parte no elenco Brendan Fraser, Sienna Guillory, Eliza Bennett e Helen Mirren.


Onde encontrar:

http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11936


Para mais informações sobre Cornelia Funke e seus best-sellers indico:

http://www.corneliafunkefans.com/de

http://www.goethe.de/ins/br/lp/prj/dgl/kin/fun/pt2975708.htm

14 novembro, 2011

Jack o Estripador - A verdadeira história, 120 anos depois

Depois de mais de 120 anos, diversas investigações, diversos suspeitos e muitos corpos multilados, a verdadeira face do famoso serial killer, Jack, o Estripador, nunca foi descoberta. As histórias por trás das trerríveis mortes na Londres de 1888, até hoje, são conhecidas no mundo todo como a mais terrível e abominável  chacina de todos os tempos.

O escritor Paulo Schmidt lançou em 2008, um livro que conta toda sua pesquisa, baseada nas investigações realizadas desde o primeiro assassinato até o fechamento do caso. Seguindo a pista dos registros históricos e das teorias, até as considerações atuais, o livro apresenta desde desenhos e fotos dos corpos, até cartas oficiais, retratos falados, mapas e uma lista de todos os possíveis suspeitos, onde, até hoje, nenhum deles foi oficialmente condenado por nenhum dos crimes.

A obra toda foi dividida em três partes: "Os fatos", "Os suspeitos" e "Cento e vinte anos depois". Cada capítulo é narrado de maneira detalhada, numa narrativa que prende o leitor de maneira que é incapaz largar a leitura, mesmo com a certeza de que o livro não esclarecerá o principal mistério: quem, afinal, foi Jack, o Estripador.

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Baseado nas histórias de Jack, diversos autores, diretores e quadrinistas, criaram obras ficcionais que contam possíveis finais para a chacina. Dentre eles o filme "The Lodger" de Alfred Hitchcock, o HQ entitulado "Do Inferno" de Alan Moore e o filme de mesmo nome lançado em 2001 e dirigido pelos irmãos Hughes.


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Trecho 1: Preparem o estômago!

Apontamentos do Dr. Bond obre a autópsia de Mary Jane Kelly

"... a face estava lacerada em todas as direções; o nariz, as bochechas, as sombrancelhas e as orelhas foram parcialmente removidos. Os lábios, descolorados e cortados por multiplas incisões que se estendiam obliquamente, até o queixo. Haviam também numerosos cortes atravessando as feições irregularmente.
     O pescoço estava cortado através da pele e dos outros tecidos até as vértebras, achando-se a quinta e sexta profundamente atingidas. Os cortes cutâneos na frente do pescoço exibiam equimose nítida.
     A passagem de ar foi seccionada na parte inferior da laringe através da cartilagem cricóide.
     Ambos os seios foram mais ou menos amputados por incisões circulares, estando o músculo que adere às costelas preso aos seios. Os músculos intercostais entre a quarta, a quinta e a sexta costelas foram trespassados por cortes, e o conteúdo do toráx era visível através das aberturas.
     A pele e os tecidos do abdome, desde o arco costal até o pube, foram removidos em três grandes porções. A coxa direita foi descarnada na parte da frente até o osso, despojada da camada de pele que incluía os órgãos genitais exteriores e parte da nádega direita. A coxa esquerda teve o revestimento epidérmico arrancado, bem como os músculos até o joelho.
     A panturrilha esquerda exibia uma grande talho através da pele e dos tecidos até a parte profunda dos músculos, e se estendia do joelho até cinco polegadas acima do tornozelo.
     Tanto os braços quanto os antebraços exibiam extensos ferimentos dentados.
     O polegar direito exibia uma pequena incisão superficial com cerca de uma polegada de comprimento, com extravasamento de sangue na pele, e havia diversas ecoriações nas costas da mão exibino a mesma condição.
     Ao ser aberto o torax, constatou-se que o pulmão direito estava minimamente aderente por antigas aderências firmes. O lobo inferior do pulmão, roto e arrancado.
     O pulmão esquesdo encontrava-se intacto. Estava aderente no ápex e havia umas poucas aderências sobre o lado. Na estrutura do pulmão encontravam-se vários nódulos de consolidação.*
     O pericárdio estava aberto, e o coração, ausente.
    Na cavidade abdominal havia algum alimento parcialmente digerido, que consistia em peixe e batatas, e alimento similar foi enontrado nos restos do estômago presos aos intestínos.
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* provável indicação de turbeculose.


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Trecho 2: Carta de Jack a "cara chefia"


25 de setembro de 1888


Cara Chefia,
Eu fico ouvindo que a polícia me pegou, mas não me prenderam ainda.
Dei risada com eles parecendo tão sábios e dizendo queestavam no caminho certo. Aquela piada sobre o Avental de Couro me fez dar gargalhadas. Estou na cola das putas e não vou parar de estripá-las até me prenderem. Belo serviço foi o último, nem dei à mulher-dama tempo para gritar. Quero ver me pegarem agora. Adoro meu trabalho e quero começar de novo. Em breve vocês vão ouvir falar de mim e das minhas travessuras. Guardei um pouco do troço vermelho numa garrafa de cerveja depois do último serviço, para escrever, mas ficou grosso que nem cola e não posso usar. Espero que tinta vermelha quebre o galho, ha ha.
No próximo serviço vou cortar as orelhas da mulher-dama e mandar para os policiais só de gozação que tal. Guarde esta carta até eu trabalhar mais um pouco, depois passe adiante. Minha faca é bacana e afiada, quero trabalhar sem parar se tiver chance. Boa sorte.
     Atenciosamente,

Jack, o Estripador

     Espero que não se importe de eu dar meu nome de guerra.
     Antes de postar isto precisei tirar toda a tinta vermelha das mãos, que droga.
     Sem sorte ainda, agora dizem que sou médico ha ha.

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Onde encontrar:

08 novembro, 2011

Casados com Paris - A história de amor e traição do jovem casal Hemingway nos loucos anos 1920

Casados com Paris, apesar de ser um livro tecnicamente biográfico, fez com que Paula Maclain, sua autora, fizesse uma incrível pesquisa sobre a vida de Ernest Hemingway e Hadley Richardson (sua primeira esposa no qual Paula usa como narradora da trama), no peíodo de seu casamento, na cidade dos apaixonados. Além de apresentar ao leitor, o período do grande estouro literário de Ernert entre sua vida boêmia, sua mulher e amantes e seus amigos nada convencionais e intelectuais. Os assim chamados "anos loucos" da década de 1920 de uma Paris bela e simples, abrigou naquela época, a conturbada história de amor entre Hemingway, Hadley, sua abilidade em ter outras mulheres e seu facínio pela escrita, de onde os mais importântes escritos de Ernest foram então disseminados ao mundo. Dentre eles, 'O Sol Também se Levanta' lançado em 1926.

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Trecho:

"...- O que você tem contra Hadley?
     - Nada. Como poderia? Ela gira em outra velocidade, só isso. Ela é mais cauelosa.
     - E eu vou precisar ser cruel. É isso que você quer dizer?
     - Não. Só determinado.
     - Ela me apoiou esse tempo todo.
     - É, e fez isso lindamente. Mas o que vem depois é algo novo. Você precisa olhar para frente agora. Eu sei que você sabe disso.
Ele sentira muitas vezes que Gerald o lisonjeava em excesso, mas agora com o Sol ( O Sol também se levanta, livro que seria então lançado) lhe abrindo as portas e tanta coisa à frente, ele realmente sentia como se muito mais fosse preciso. Não sabia bem o quê, só que lhe tomaria tudo o que tinha.
Pfife estava cheia de ideias para o futuro. Já organizara a cerimônia do casamento, e ao que parecia já o planejava desde o começo. Era a maneira que encontrava de antrar em acordo com Deus ou com sua própria consciência.
     - Diga que me ama - pedira ela na primeira vez, quando ele ainda estava dentro dela.
     - Amo você.
Ela era musculosa e forte, e era interessante tê-la na cama, estranhamente adversária, com uma selvagem e uma dureza que em nada se parecia com Hadley.
     - Mais do que você a ama? Mesmo que não seja verdade, quero que você diga.
     - Amo você mais - respondera ele.
Ela o empurra com suas pernas longas e firmes, e montara nele. As mãos em seu peito. Os olhos escuros perfurando os dele com intensidade.
     - Diga que você gostaria de ter me conhecido primeiro - pediria ela, empurrando o corpo com força em direção ao dele.
     - Gostaria - concordara ele.
     - Eu seria sua esposa agora. Sua única esposa.
Sua expressão era ao mesmo tempo absolutamente distante e orgulhosa, e aquilo o irritou um pouco. Talvez ela precisasse inventar uma vida para os dois em sua cabeça, ou como poderia conviver consigo mesma e ser amiga de Hadley?
Em Schruns, ele as observara lado a lado em frente à ladeira, conversando e rindo. Tinham as pernas cruzadas na mesma direção, calçando as mesmas meias e as mesmas pantufas alpinas. Não eram irmãs; não se pareciam, de forma alguma. Ele era a única coisa que na verdade as unia..."

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Onde encontrar:


11 setembro, 2011

À FLOR DA PELE


Texto Roberta Faria
Fotos Mica Toméo e Carina Barros

A água morna caindo sobre os ombros. Pedras lisas e redondas pressionando a sola dos pés. O macio dos pelos de um filhote.
A brisa fresca que gela a nuca e arrepia as costas. O calor úmido de um beijo. O viscoso da lama metendo-se entre os dedos dos pés descalços. O áspero curioso da casca de kiwi. O peso mínimo de uma formiga subindo pela canela. Somos máquinas de sentir, e a ferramenta mais poderosa para entender os estímulos do mundo chama-se tato. Como se fosse um idioma, esse sentido - o mais poderoso e complexo dos cinco - interpreta as mensagens que chegam ao corpo. Captadas por incontáveis sensores sob a pele, elas viram impulsos elétricos,que percorrem a gente a vertiginosos 320 km/h, até chegar ao cérebro e transformar-se em informação: "Hum, isso é bom!", ou "Ui, sai daí!". Pelo tato, sabemos o quente e o frio, desvendamos texturas e pressões, sentimos prazer, dor, repulsa. É nossa primeira forma de conhecer o mundo, quando ainda somos bebês e agarramos tudo para por na boca.
(se orgãos tivessem tamanho proporcional à sensibilidade, nossas mãos e linguas seriam do tamanho das nossas pernas.)
Serve de alarme quando algo está errado e de conexão quando vai bem: carinho também é tato, e faz tão bem para a saúde quanto respirar. Justamente por captar tudo, e tanto, às vezes o cérebro "desliga" essa função. Ou você está sentindo , neste instante, as roupas que te comportam? ( Agora que falei, você sentiu.) Esses apagões são necessários para não sobrecarregar a gente de informação. O problema é quando uma estratégiado cérebro, e, sim, um esquecimento da vida. E deixamos de aproveitar os superpoderes que o tato nos da para explorar o mundo por meio das sensações mais deliciosas. Como enfiar os dedos dentro de uma saca de feijão. Pisar em um tapete fofo. Correr a palma das mãos de leve por um muro de pedriscos. Deitar-se em uma cama macia. Encostar-se numa árvore de casca grossa. Beijar um bebê. Receber uma mensagem.Ter uma joaninha passeando pelo braço. Brincar com a cera morna da vela que se apaga. Cócegas, arrepios, cafunés, braços. Pelo tato, a vida desabrocha, à flor da pele.

16 agosto, 2011

A Condessa Sangrenta

A condessa Sangrenta escrita pela argentina Alejandra Pizarnik,  conta a história da condessa húngara  Erzsébet Báthory (1560-1614), no qual relata a suposta obscura história dos diversos assassinatos cometidos pela condessa,  devido a sua possessão pela beleza feminina, além de sua complexa relação com a lesbianidade. A história que se passou no período vitoriano é "e muito" questionada sobre a veracidade dos fatos, pois, nessa mesma época, as histórias de vampiros tornaram-se populares, tornando assim as mortes realizadas pela condessa algo de extremo exagero.

As ilustrações foram feitas pelo também argentino Santiago Caruso, que já teve seus trabalhos publicados no Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires. 
Grande parte das ilustraçãos mostram como a condessa Báthory teria matado suas vítimas, além de alguns auto-retrados que mostram a crueldade em pessoa.

O livro de 56 páginas é todo descrito em contos simples, porém de profunda obscuridade e complexidade. Deixa no ar a sensação de que o leitor deveria pensar bem antes de seguir em frente...

click nas imagens para ampliar




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Trecho de - MORTE POR ÁGUA

O caminho está nevado, e a sombria dama envolta em suas peles dentro da carruagem se entedia. De repente formula o nome de alguma o nome de alguma moça de seu séquito. Trazem a indicada: a condessa a morde, frenética, e lhe crava agulhas. Pouco depois, o cortejo abandona da neve uma jovem ferida e segue viagem.
Mas como volta a parar, a menina ferida foge, é perseguida, capturada e reintroduzida na carruagem, que  prossegue andando mesmo quando volta a parar pois a condessa acabade pedir água gelada. Agora a moça está nua e de pé na neve. É de noite. É rodeada por círculo de tochas sustentadas por impassíveis lacaios. Vertem a água sobre seu corpo e a água torna-se gelo. (A condessa contempla do interior da carruagem.) Há um leve gesto final da moça para se aproximar mais das tochas, de onde emana o único calor. Jogam mais água em cima dela e ela fica, para sempre de pé, erguida, morta.

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Onde encontrar:

Santiago Caruso:
http://www.santiagocaruso.com.ar/

15 agosto, 2011

Mastigando Humanos - Um romance psicodélico

Mastigando Humanos narra à história de um jacaré frustrado e existencialista que fala sobre sua infeliz vida de réptil que vive em um esgoto da cidade grande, além de partilhar junto a  ratos autoritários, sapos boêmios e mais diversos outros animais (racionais ou não), de estranhos e loucos acontecimentos, além da eterna procura de seu lugar na metrópole.

O "romance psicodélico" escrito por Santiago Nazarian, nascido em São Paulo e que também é filho de artistas, pode ser considerado uma crítica ao sistema, além de diversão garantida ao leitor devido a narrativa simples e a curiosa inclusão de nomes de estações de metrô como nomes dos personagens da trama. Outra obra bastante conhecida de Nazarian é O Prédio, o Tédio e o Menino Cego que também vale muito a pena ler!

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Trecho:


“... Não espero que todos vocês entendam. Afinal, só posso descrever experiências sinestésicas como essas com palavras.
Sem o devido estímulo das papilas, uma refeição como essas não passa de poesia – ou assassinato. E eu mesmo defendi que o que importa é a fome. Queria que minhas palavras pudessem abrir o espaço vazio nos seus estômagos; lendo tarde da noite vocês pudessem lamber os beiços. Mas nem sei se acabaram de jantar, se são vegetarianos, macrobióticos, se o que apreciam mesmo é um bom filé de rabo de jacaré. Quem de vocês poderia entender a magia que se produz com a língua numa coxa tenra e bronzeada? Quem de vocês preferiria uma galinha morta?
A textura elástica da pele se rompendo com meus dentes. São tantos. Tantos dentes para trabalhar que os centímetros de elasticidade se rompem como a casca de um tomate para revelar a polpa quente, vermelha, vibrante. Com o coração ainda batendo – acelerado pelo meu ataque – fazendo seu caldo escorrer mais rápido para dentro da minha garganta. Dai a carne doce e macia se misturando ao caldo, se exercitado em sua tentativa de fuga. Os músculos em movimento, minhas mandíbulas. Separando-se dos ossos, dançando no meu estômago. Cálcio no cálcio, meus dentes nos ossos, indicando que cheguei à profundeza máxima do ser. Ah...
Perdoem-me.
Se eu fosse narrar meus próximos dias naquelas profundezas, seria assim, uma descrição sem cessar de abrir e fechar bocas. Foi isso o que eu fiz, mastiguei...”

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Onde encontrar:

06 abril, 2011

Shiko - Arteiro Marginal

Eita homem arretado, nasceu em Patos, sertão da Paraíba, descreve seu trabalho como: Arte Marginal (do jeito que eu gosto, rs), justamente por não seguir tendências e construir suas ilustrações com o olhar natural de quem respira e transpira arte, sabe aquela arte que te enche os olhos, essa mesma.


Shiko começou a admiravar quadrinhos na infância, não estudou artes plásticas e não teve embasamento técnico algum, inclusive o termo "artista plástico" o incomada, para ele esse tipo de rótulo limita o processo artistico por se ligar a um "status" do qual sente que há perseguição. Não se prende a nenhuma técnica especifica, utiliza; nankin, acrílica, spray e as vezes tudo isso junto.


Ao ver seu portfólio, seus trabalhos em campanhas publicitárias e capas de discos, é possível reconhece-lo por ter um estilo próprio. No começo de sua carreira, Shiko fez um fanzine (O Marginalzine) no qual ainda desenha HQ's.


Suas influências são diversas, desde de livros de Bukowski e João Antônio, quadrinhos de Manara e Grampá, filmes de Cláudio Assis, há músicas no estilo jazz e soul. Temos um grande artista pra nos orgulhar, com erotismo latente e sacanagem da melhor qualidade para mostrar em seus trabalhos.


Imagens da série - Pop Eyes

  

 
 
 

Imagem do zine - O Marginalzine


Ilustração para o Tarja Preta

Conheça mais trabalhos de Shiko visualizando seu portfólio:
http://www.flickr.com/photos/derbyblue/sets/

10 março, 2011

Johnny Depp – Filmes, guitarras e pincéis

Para quem já viu seus filmes e acha que esse ser humano apenas atua está muito enganado. Johnny Depp, além de ser um homem de múltiplas faces, é também um artista completo e de mão cheia.

Ele toca vários instrumentos de corda, atua em vários papéis malucos, escreve prefácio de livros, músicas com sua parceira de longa data Vanessa Paradis, além de desenhar e pintar muito bem obrigada.

Atualmente um dos atores mais bem pagos de Hollywood (não que isso importe), Depp não expõe seus trabalhos artísticos em museus ou qualquer outro tipo de local público para ser apreciado, faz isso como “hobby”, ou para presentear grandes amigos.

Alguns quadros pintados por ele, como um no qual ele presenteou Keith Richards, ele pintou sobre uma colagem de sedas de enrolar cigarros e outras tantas que foram elaboradas em diversas superfícies diferentes.

Fascinado pelo “olhar”, Depp pinta o que diz ver no olhar das pessoas e afirma que depois de atuar e tocar, esse é o hobby que ele mais se identifica.

“O que eu amo fazer é pintar o rosto das pessoas, sabe, seus olhos. Porque quero encontrar a emoção, ver o que esta por trás dos olhos.”

Apreciem agora alguns de seus trabalhos como pintor que, tenho quase certeza, vocês nunca viram, e tentem desvendar “o que esta por trás dos olhos” desses personagens!
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Click nas imagens para ampliar
Johnny Depp auto retrato

Retrato da cantora Patti Smith para o jornal 'The Guardian'


O diretor de cinema Julian Schnabel


O guitarrista Keith Richards

O poeta francês Antonin Artaud


Sua esposa, a cantora Francesa Vanessa Paradis

O ator Marlon Brando

O diretor Tim Burton e sua criação Edward mãos de tesoura

Tim Burton



Sua mãe Betty Sue
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Mais infos e trabalhos de Johnny:
Filmes:

25 fevereiro, 2011

37º TRECHO | Pergunte ao Pó

Pergunte ao Pó conta a história de Arturo Bandini, um jovem convícto de ser um “grande escritor”, mesmo tendo escrito apenas “As colinas Perdidas” e “O cachorrinho riu” que, segundo ele próprio diz, não tem nada a ver com a história de um cachorro. O jovem Bandini quer escrever sobre a vida e o amor, mas descobre que não sabe nada sobre ambos, até descobrir que está apaixonado por Camilla Lopez, uma garçonete mexicana que nada quer com ele, e que ama a outro homem.

Pergunte ao Pó é ambientado em Los Angeles na década de 30. Fala sobre os preconceitos da sociedade e sobre a mais louca e irreverente paixão entre um americano e uma mexicana.
Além de, ter enfluênciado uma geração inteira (incluíndo os Beatiniks), o romance de John Fante é um dos títulos mais importantes de sua carreira e tem o prefácio escrito por ninguém mais, ninguém menos que Charles Bukowski.



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"Eu era um jovem, passando fome, bebendo e tentando ser escritor. Nada do que eu lia tinha a ver comigo. Eu tirava livro após livro das estantes. Por que ninguém dizia algo? Por que ninguém gritava? Então, um dia, puxei um livro e o abri, e lá estava. As linhas rolavam facilmente através da página, havia um fluxo. Cada linha tinha sua própria energia e era seguida por outra como ela. (...) E aqui, finalmente, estava um homem que não tinha medo da emoção. O humor e a dor estavam entrelaçados com uma soberba simplicidade. O livro era Pergunte ao Pó e o autor, John Fante. Ele se tornaria uma influência no meu modo de escrever para a vida toda.
Trinta e nove anos depois, reli Pergunte ao Pó. Ele ainda está de pé, como as outras obras de Fante, mas esta é a minha favorita porque foi minha primeira descoberta da mágica."
Charles Bukowski - 5/6/1979


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Dois trechos de PERGUNTE AO PÓ


" Aqui estava a igreja de Nossa Senhora, muito antiga, a argila escurecida pela idade. Por motívos sentimentais, vou entrar. por motivos sentimentais apenas. Não li Lenin, mas o ouvi citado: a religião é o ópio do povo. Falando comigo mesmo nos degraus da igreja: sim, o ópio do povo. Quanto a mim, sou ateu: Li O anticristo e o considero uma obra capital. Acredito na transposição de valores, cavalheiro. A igreja precisa acabar, é o refúgio da burroguesia, de bobos e brutos e de todos os baratos charlatães.
Puxei a imensa porta, abri-a, e ela emitiu um pequeno grito de choro. Acima do altar, crepitava a luz eterna vermelho-sangue, iluminando em sombra carmesim a quietude de quase dois mil anos. Era como a morte, mas também me fazia lembrar bebês chorando no batizado. Ajoelhei-me. Era um hábito, ajoelhar. Sentei-me. Melhor ajoelhar, pois a pontada aguda nos joelhos era uma distração da terrível quietude. Uma prece. Certo, uma prece: por motivos sentimentais. Deus Todo-Poderoso, lamento ser agora um ateu, mas o Senhor leu Nietzsche? Ah, que livro! Deus Todo-Poderoso, vou jogar limpo nesta questão. Vou lhe fazer uma proposta. Faça de mim um grande escritor e eu voltarei à Igreja. E lhe peço, caro Deus, mais um favor: faça minha mãe feliz. Não me importo com o velho; ele tem seu vinho e sua saúde, mas minha mãe se preocupa tanto. Amém.”

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"Querida Camilla, você finalmente veio. Jogou pedrinhas na vidraça e eu a puxei para dentro do quarto, senti seu bafo de uísque e fiquei intrigado enquanto você se sentava ligeramente bêbada diante da minha máquina de escrever dando risinhos enquanto brincava com o teclado. Virou-se então e olhou para mim, e vi seu rosto claramente debaixo da luz, o lábio inferior inchado, a mancha roxa e preta em volta do olho esquerdo.
"Quem bateu em você?", perguntei. E você respondeu: "Acidente de automóvel", e eu falei: "Sammy dirigia o outro carro?", e você chorou, embriagada e com o coração partido. Pude tocar em você então e não me preocupar com o desejo. Pude deitar-me ao seu lado na cama e segurá-la nos braços e ouvi-la dizer que Sammy a odiava, que você dirigiu até o deserto depos do trabalho e que ele a esbofeteou duas vezes por acordá-lo às três da manhã.
- Mas por que você foi vê-lo? - Eu disse.
- Por que estou apaixonada por ele.
Você tirou uma garrafa da bolsa e nós a bebemos; primeiro foi sua vez, depois a minha. Quando a garrafa esvaziou, desci até a drugstore e comprei outra, uma garrafa grande. A noite toda, choramos e bebemos, e bêbado eu podia dizer as coisas que fervilhavam no meu coração, todas aquelas palavras bonitas e os símiles inteligentes, por que você chorava pelo outro sujeito e não ouvia uma palavra do que eu dizia, mas eu as ouvi, e Arturo Bandini foi muito bom naquela noite, Camilla. Ajoelhando-me ao seu lado na cama, tomei sua mão e disse: "ah, Camilla, garota perdida! Abra seus longos dedos e envolva minha alma cansada! Beije-me com a sua boca, por que eu anseio pelo pão de uma colina mexicana. Respire a fragância das cidades perdidas em narinas febris e deixe-me morrer aqui, minha mão sobre o suave contorno de sua garganta, tão parecida com a brancura de uma praia sulina meio esquecida. Apanhe a saudade nesses ohos inquietos e allimente com ela as andorinhas solitárias que atravessam um milharal no outono, por que eu amo você Camilla, e o seu nome é sagrado como o de uma princesa corajosa que morreu com um sorriso por um amor que nunca foi conrrespondido."
Eu estava bebado aquela noite, Camilla, bêbado de uísque de setenta e oito centavos, e você estava bebada de uísque e pesar.
Lembro-me de que depois de apagar todas as luzes, sem roupas, esceto por um sapato que me desconcertava, segurei em meus braços e adormeci...”


O livro teve uma adaptação para o cinema em 2006 com produção de Tom Cruise com Salma Hayek como Camilla e Collin Ferrell como Arturo.

Veja ao trailer do filme:




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Onde encontrar: www.bibliotecadesaopaulo.org.br
www.estantevirtual.com.br


14 fevereiro, 2011

Clarice Lispector

Não se fala em literatura sem citar Clarice Lispector. Clarice nasceu na Ucrânia, mas tinha orgulho em se dizer brasileira. Veio ainda muito nova para cá com a família. Morou em cidades como Maceió e Recife, onde passou grande parte da infância. A família, após a morte de sua mãe, muda-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde Clarice termina os estudos e conhece, através da leitura, autores nacionais e estrangeiros.

Inicia estudo na Faculdade Nacional de Direito, e começa uma carreira como tradutora. Em 43, casam-se Clarice Lispector e Maury Gurgel, um colega de faculdade que vem a se tornar diplomata. Mesmo ano em que a escritora se naturaliza brasileira. O casal chegou a morar no Pará, mas após alguns meses voltam ao Rio de Janeiro. Durante toda sua vida Clarice passa por situações que a inspiram a escrever seus romances. Trazendo até mesmo, de forma escondida, sua realidade para a ficção.

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, Clarice acompanha Gurgel até a Europa, lá ajuda feridos na guerra. O primeiro filho do casal, Pedro, nasce em 1948. Paulo, nasce em 1953. Já separada do marido, Clarice continua a publicar seus livros, como Laços de família, A maça no escuro, A legião estrangeira, A paixão segundo G.H. ...

Clarice e Gurgel no vulcão Vesúvio (fonte)


contém spoilers sobre A Hora da Estrela.

Dentre as obras de Clarice a mais conhecida é A Hora da Estrela. Novela escrita em 1977 que trás como personagem principal uma nordestina que chega ao Rio de Janeiro. O que é muito comentado e interessante, é que em todas obras da autora o personagem chega perto da morte mas isso não acontece. Em sua última obra foi diferente, a personagem morre. Teria Clarice previsto seu próprio destino? Já que grandes características de sua personagem (Macabéa, nesse caso) são da criadora.

Macabéa, interpretada por Marcélia Cartaxo, em A hora da estrela (filme).


Em 9 de dezembre de 1977, Clarice Lispector morre de câncer. Um dia antes de completar 57 anos. No mesmo mês, seu filho Paulo doa documentos manuscritos e datilografadas à Fundação Casa de Rui Barbosa.


A Hora da Estrela

Macabéa, moça humilde, veio do nordeste à cidade do Rio de Janeiro a procura de uma vida melhor. Trabalha como datilógrafa, se tornando amiga de serviço de Glória, que quer de qualquer jeito um marido. Macabéa conhece Olímpico de Jesus, metalúrgico, também do nordeste brasileiro, se tornando seu namorado. Glória, por sua vez, recebe uma tarefa de uma cartomante. Tarefa essa que a auxiliará a conseguir o que deseja, seu tão sonhado marido. Sendo capaz de acabar com a felicidade de quem já é desprovido de tal sentimento.



"Ela acreditava em anjos, e porque acreditava, eles existiam."
A hora da estrela





A obra virou filme, em 1985, nas mãos da cineasta Suzana Amaral.
Veja o trailer:






Conheça mais Clarice Lispector em:

http://www.claricelispector.com.br/

http://www.releituras.com/clispector_bio.asp

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Houveram muitos acontecimentos importantes no decorrer da vida da autora. Desde seu nascimento até o falecimento da mesma a lista é extensa. Procurei ser "breve", e destacar os mais importantes para seu crescimento quando escritora. Clarice não se considerava uma artista, dizia que não escrevia para ter uma profissão.
Há uma única entrevista concedida à Tv Cultura em 1977, mesmo ano em que a autora falece. A entrevista só vai ao ar tempos depois, pedido da própria Clarice.
Para quem quiser, segue a entrevista.
Chego à conclusão de que Clarice prevê sua morte. Preste atenção ao modo como ela encerra a entrevista.
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Au revoir!