Casados com Paris, apesar de ser um livro tecnicamente biográfico, fez com que Paula Maclain, sua autora, fizesse uma incrível pesquisa sobre a vida de Ernest Hemingway e Hadley Richardson (sua primeira esposa no qual Paula usa como narradora da trama), no peíodo de seu casamento, na cidade dos apaixonados. Além de apresentar ao leitor, o período do grande estouro literário de Ernert entre sua vida boêmia, sua mulher e amantes e seus amigos nada convencionais e intelectuais. Os assim chamados "anos loucos" da década de 1920 de uma Paris bela e simples, abrigou naquela época, a conturbada história de amor entre Hemingway, Hadley, sua abilidade em ter outras mulheres e seu facínio pela escrita, de onde os mais importântes escritos de Ernest foram então disseminados ao mundo. Dentre eles, 'O Sol Também se Levanta' lançado em 1926.
----------------------------------------------
Trecho:
"...- O que você tem contra Hadley?
- Nada. Como poderia? Ela gira em outra velocidade, só isso. Ela é mais cauelosa.
- E eu vou precisar ser cruel. É isso que você quer dizer?
- Não. Só determinado.
- Ela me apoiou esse tempo todo.
- É, e fez isso lindamente. Mas o que vem depois é algo novo. Você precisa olhar para frente agora. Eu sei que você sabe disso.
Ele sentira muitas vezes que Gerald o lisonjeava em excesso, mas agora com o Sol ( O Sol também se levanta, livro que seria então lançado) lhe abrindo as portas e tanta coisa à frente, ele realmente sentia como se muito mais fosse preciso. Não sabia bem o quê, só que lhe tomaria tudo o que tinha.
Pfife estava cheia de ideias para o futuro. Já organizara a cerimônia do casamento, e ao que parecia já o planejava desde o começo. Era a maneira que encontrava de antrar em acordo com Deus ou com sua própria consciência.
- Diga que me ama - pedira ela na primeira vez, quando ele ainda estava dentro dela.
- Amo você.
Ela era musculosa e forte, e era interessante tê-la na cama, estranhamente adversária, com uma selvagem e uma dureza que em nada se parecia com Hadley.
- Mais do que você a ama? Mesmo que não seja verdade, quero que você diga.
- Amo você mais - respondera ele.
Ela o empurra com suas pernas longas e firmes, e montara nele. As mãos em seu peito. Os olhos escuros perfurando os dele com intensidade.
- Diga que você gostaria de ter me conhecido primeiro - pediria ela, empurrando o corpo com força em direção ao dele.
- Gostaria - concordara ele.
- Eu seria sua esposa agora. Sua única esposa.
Sua expressão era ao mesmo tempo absolutamente distante e orgulhosa, e aquilo o irritou um pouco. Talvez ela precisasse inventar uma vida para os dois em sua cabeça, ou como poderia conviver consigo mesma e ser amiga de Hadley?
Em Schruns, ele as observara lado a lado em frente à ladeira, conversando e rindo. Tinham as pernas cruzadas na mesma direção, calçando as mesmas meias e as mesmas pantufas alpinas. Não eram irmãs; não se pareciam, de forma alguma. Ele era a única coisa que na verdade as unia..."
------------------------------------------
Onde encontrar:
Caramba! Muita falta de sacanagem essa parte do livro. Já fiquei com raiva só de ler esse trechinho.
ResponderExcluirEle apronta um bocado mas não nego que, como escritor, ele é incrível e essa "biografia" ficou bem fiel a realidade, mesmo com tudo o que ele aprontou de ruim. rs
ResponderExcluirVale a pena ler...