28 dezembro, 2011
Mais um ano que se vai, mais experiências que ficam!
10 dezembro, 2011
Quem tem medo?
Um tempo atrás, na faculdade, uma colega de sala me perguntou sobre o livro que eu estava lendo, que ainda estou. Era Sangue de Tinta, sucessão de Coração de Tinta, da postagem anterior. Depois de contar sobre sua história, ela me perguntou se eu sugeria a trilogia à crianças com idade na faixa etária de 10 anos, no caso seria para suas filhas gêmeas. Me disse que ela mesmo não tem o hábito de ler, mas queria instigar esse gosto nas filhas. Disse a ela que na minha opinião, se as meninas não têm esse costume, deveriam começar com leitura simples, não boba, mas também não de muitas páginas. A princípio, sugeri que descobrisse o que mais chamava a atenção das garotas.
No fim das contas dei a sugestão da coleção Quem tem Medo, de Fanny Joly.
Eu tinha uns 8 ou 9 anos quando a li. Me apaixonei.
Os títulos são em torno dos medos que geralmente temos quando criança. Separei três para citar os trechos.
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Trecho 1: Quem tem medo de dentista?
Nervosa como uma pilha,
imaginei o doutor Padilha:
um homem assustador,
malvado, aterrador,
torturando uma moça toda amarrada
na cadeira reclinada.
Minha mãe falou com ar satisfeito:
- Ele vai atender já, que sorte!
Mas eu senti um nó no peito!
Dentista pra mim era a morte!
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Trecho 2: Quem tem medo de escuro?
Alguém abriu o portão do jardim.
Passos chegavam cada vez mais perto.
Ai, meu Deus, coitada de mim!
Era mais um monstro, decerto.
Bum, bum, bum!,
bateram na portam.
Au! Au! Au!,
latiu o cachorro.
E eu gritei já quase morta:
- Socorro!
Então uma voz chamou:
- Olá, vizinha, sou eu!
Lá em casa a luz acabou.
Vim aqui ver o que aconteceu!
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Trecho 3: Quem tem medo de fantasma?
Vejo então
um pássaro branco voar e...
- HA! HA! HA!
A gargalhada volta a ecoar.
O pássaro está ali, bem na minha frente.
Mas não é pássaro, gente!
É um fantasma, com os braços presos
a uma corrente.
É feito de puro osso,
dos pés ao pescoço.
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Digo ainda que a leitura não é só para crianças.
Um dia desses a noite, fui ler para meu irmão de 10 meses e parei na metade. Minha mãe, que pensei que estivesse dormindo me diz: "Ah não, continua. Estou gostando!" rs
Onde encontrar todos os títulos da coleção:
http://www.scipione.com.br/SitePages/sub_home.aspx?Catalogo=Paradid$225$ticos&Segmento=Literatura$32$Infantil&Exec=1
Espero que tenham gostado!!!
25 novembro, 2011
Coração de Tinta
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O Livro
Meggie tinha apenas 5 anos quando aprendeu a ler, incentivada por seu pai Mo (Mortimer Folchart), um encadernador de livros, “médico dos livros” como ela o chamava. Os dois dividem um amor mútuo pelos livros e suas histórias, um amor mágico.
O que Meggie não compreende é por que Mo se recusava a ler em voz alta sempre que ela pedia. Nunca ouvira seu pai contar-lhe uma história. Então, aos 12 anos, Meggie descobre que seu pai é capaz de dar vida a qualquer personagem que ele leia em voz alta, podendo trazê-los para nosso mundo.
Esse fato aconteceu quando Meggie tinha 3 anos. Ao ler Coração de Tinta em voz alta, Mo trouxe personagens incríveis e assustadores do Mundo de Tinta. Em troca disso, quando algo ou alguém sai da história fictícia, um personagem da vida real é transportado para dentro dela. Foi o que aconteceu à mãe de Meggie, Resa (Theresa).
Dentre os personagens trazidos do mundo fictício está Capricórnio, um vilão assustador, que procura por Mo para realizar suas malvadezas. Dentre elas, Capricórnio pretende trazer do Mundo de Tinta uma temida criatura, que completará com ele o plano de se dar bem no mundo em que hoje habitam. Para atrair o alvo desejado, Capricórnio usa Meggie como isca. Após descobrir os planos do vilão, a menina descobre que, como seu pai, tem o dom de dar vida às personagens...
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Trecho 1: Um estranho na noite
Alguns livros devem ser degustados,
Outros são devorados,
Apenas poucos são mastigados
E digeridos totalmente.
Naquela época, quando ainda precisava subir numa caixa para decifrar a placa, ela pensava que a frase falava literalmente em mastigar, e se perguntava horrorizada por que Mo havia escolhido para pendurar em sua porta as palavras de alguém tão esquisito, que destruía livros daquela maneira.
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Trecho 2 : Uma casa cheia de livros
Meggie sempre achara que Mo possuía muitos livros. Depois que entrou na casa de Elinor, deixou de pensar assim.
Ali não havia pilhas de livros espalhadas por todos os cantos, como na casa de Meggie. Aparentemente, cada livro tinha seu lugar. Mas, nos lugares onde na casa das outras pessoas havia papel de parede, quadros ou simplesmente um pedaço de parede nua, na casa de Elinor havia estantes abarrotadas de livros. No vestíbulo eram estantes brancas, de madeira clara, que subiam até o teto; nos aposentos que atravessaram a seguir, elas eram escuras como o assoalho, assim como no corredor em que entraram depois.
– Estes aqui – anunciou Elinor, fazendo gestos desdenhosos enquanto passava na frente das lombadas espremidas umas contra as outras – foram se juntando no decorrer dos anos. Não são muito valiosos, a maior parte é de qualidade inferior, nada de extraordinário. Caso alguns dedinhos não consigam se controlar e em algum momento peguem um deles – ela lançou um breve olhar para Meggie – não haverá consequências graves. Contanto que esses dedinhos, depois de saciada sua curiosidade, coloquem cada livro de volta no seu lugar sem deixar nenhum marcador nojento dentro deles.
Com essas palavras, Elinor virou-se para Mo.
– Você não vai acreditar, mas num dos últimos livros que comprei, uma magnífica primeira edição do século XX, eu encontrei uma fatia seca de salame como marcador de leitura!
Meggie deu uma risadinha, o que lhe rendeu instantaneamente mais um olhar pouco amigável.
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"Os livros precisam ser pesados, porque o mundo inteiro está dentro deles."
Inkheart
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Onde encontrar:
http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11936
Para mais informações sobre Cornelia Funke e seus best-sellers indico:
http://www.corneliafunkefans.com/de
http://www.goethe.de/ins/br/lp/prj/dgl/kin/fun/pt2975708.htm
14 novembro, 2011
Jack o Estripador - A verdadeira história, 120 anos depois
08 novembro, 2011
Casados com Paris - A história de amor e traição do jovem casal Hemingway nos loucos anos 1920
11 setembro, 2011
À FLOR DA PELE
16 agosto, 2011
A Condessa Sangrenta
15 agosto, 2011
Mastigando Humanos - Um romance psicodélico
06 abril, 2011
Shiko - Arteiro Marginal
Shiko começou a admiravar quadrinhos na infância, não estudou artes plásticas e não teve embasamento técnico algum, inclusive o termo "artista plástico" o incomada, para ele esse tipo de rótulo limita o processo artistico por se ligar a um "status" do qual sente que há perseguição. Não se prende a nenhuma técnica especifica, utiliza; nankin, acrílica, spray e as vezes tudo isso junto.
Ao ver seu portfólio, seus trabalhos em campanhas publicitárias e capas de discos, é possível reconhece-lo por ter um estilo próprio. No começo de sua carreira, Shiko fez um fanzine (O Marginalzine) no qual ainda desenha HQ's.
Suas influências são diversas, desde de livros de Bukowski e João Antônio, quadrinhos de Manara e Grampá, filmes de Cláudio Assis, há músicas no estilo jazz e soul. Temos um grande artista pra nos orgulhar, com erotismo latente e sacanagem da melhor qualidade para mostrar em seus trabalhos.
Conheça mais trabalhos de Shiko visualizando seu portfólio:
http://www.flickr.com/photos/derbyblue/sets/
10 março, 2011
Johnny Depp – Filmes, guitarras e pincéis
Ele toca vários instrumentos de corda, atua em vários papéis malucos, escreve prefácio de livros, músicas com sua parceira de longa data Vanessa Paradis, além de desenhar e pintar muito bem obrigada.
Atualmente um dos atores mais bem pagos de Hollywood (não que isso importe), Depp não expõe seus trabalhos artísticos em museus ou qualquer outro tipo de local público para ser apreciado, faz isso como “hobby”, ou para presentear grandes amigos.
Alguns quadros pintados por ele, como um no qual ele presenteou Keith Richards, ele pintou sobre uma colagem de sedas de enrolar cigarros e outras tantas que foram elaboradas em diversas superfícies diferentes.
Fascinado pelo “olhar”, Depp pinta o que diz ver no olhar das pessoas e afirma que depois de atuar e tocar, esse é o hobby que ele mais se identifica.
“O que eu amo fazer é pintar o rosto das pessoas, sabe, seus olhos. Porque quero encontrar a emoção, ver o que esta por trás dos olhos.”
Apreciem agora alguns de seus trabalhos como pintor que, tenho quase certeza, vocês nunca viram, e tentem desvendar “o que esta por trás dos olhos” desses personagens!
Click nas imagens para ampliar
O diretor de cinema Julian Schnabel
Sua mãe Betty Sue
25 fevereiro, 2011
37º TRECHO | Pergunte ao Pó
Pergunte ao Pó é ambientado em Los Angeles na década de 30. Fala sobre os preconceitos da sociedade e sobre a mais louca e irreverente paixão entre um americano e uma mexicana.
Além de, ter enfluênciado uma geração inteira (incluíndo os Beatiniks), o romance de John Fante é um dos títulos mais importantes de sua carreira e tem o prefácio escrito por ninguém mais, ninguém menos que Charles Bukowski.
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Trinta e nove anos depois, reli Pergunte ao Pó. Ele ainda está de pé, como as outras obras de Fante, mas esta é a minha favorita porque foi minha primeira descoberta da mágica."
Charles Bukowski - 5/6/1979
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Puxei a imensa porta, abri-a, e ela emitiu um pequeno grito de choro. Acima do altar, crepitava a luz eterna vermelho-sangue, iluminando em sombra carmesim a quietude de quase dois mil anos. Era como a morte, mas também me fazia lembrar bebês chorando no batizado. Ajoelhei-me. Era um hábito, ajoelhar. Sentei-me. Melhor ajoelhar, pois a pontada aguda nos joelhos era uma distração da terrível quietude. Uma prece. Certo, uma prece: por motivos sentimentais. Deus Todo-Poderoso, lamento ser agora um ateu, mas o Senhor leu Nietzsche? Ah, que livro! Deus Todo-Poderoso, vou jogar limpo nesta questão. Vou lhe fazer uma proposta. Faça de mim um grande escritor e eu voltarei à Igreja. E lhe peço, caro Deus, mais um favor: faça minha mãe feliz. Não me importo com o velho; ele tem seu vinho e sua saúde, mas minha mãe se preocupa tanto. Amém.”
"Querida Camilla, você finalmente veio. Jogou pedrinhas na vidraça e eu a puxei para dentro do quarto, senti seu bafo de uísque e fiquei intrigado enquanto você se sentava ligeramente bêbada diante da minha máquina de escrever dando risinhos enquanto brincava com o teclado. Virou-se então e olhou para mim, e vi seu rosto claramente debaixo da luz, o lábio inferior inchado, a mancha roxa e preta em volta do olho esquerdo.
"Quem bateu em você?", perguntei. E você respondeu: "Acidente de automóvel", e eu falei: "Sammy dirigia o outro carro?", e você chorou, embriagada e com o coração partido. Pude tocar em você então e não me preocupar com o desejo. Pude deitar-me ao seu lado na cama e segurá-la nos braços e ouvi-la dizer que Sammy a odiava, que você dirigiu até o deserto depos do trabalho e que ele a esbofeteou duas vezes por acordá-lo às três da manhã.
- Mas por que você foi vê-lo? - Eu disse.
- Por que estou apaixonada por ele.
Você tirou uma garrafa da bolsa e nós a bebemos; primeiro foi sua vez, depois a minha. Quando a garrafa esvaziou, desci até a drugstore e comprei outra, uma garrafa grande. A noite toda, choramos e bebemos, e bêbado eu podia dizer as coisas que fervilhavam no meu coração, todas aquelas palavras bonitas e os símiles inteligentes, por que você chorava pelo outro sujeito e não ouvia uma palavra do que eu dizia, mas eu as ouvi, e Arturo Bandini foi muito bom naquela noite, Camilla. Ajoelhando-me ao seu lado na cama, tomei sua mão e disse: "ah, Camilla, garota perdida! Abra seus longos dedos e envolva minha alma cansada! Beije-me com a sua boca, por que eu anseio pelo pão de uma colina mexicana. Respire a fragância das cidades perdidas em narinas febris e deixe-me morrer aqui, minha mão sobre o suave contorno de sua garganta, tão parecida com a brancura de uma praia sulina meio esquecida. Apanhe a saudade nesses ohos inquietos e allimente com ela as andorinhas solitárias que atravessam um milharal no outono, por que eu amo você Camilla, e o seu nome é sagrado como o de uma princesa corajosa que morreu com um sorriso por um amor que nunca foi conrrespondido."
Eu estava bebado aquela noite, Camilla, bêbado de uísque de setenta e oito centavos, e você estava bebada de uísque e pesar.
Lembro-me de que depois de apagar todas as luzes, sem roupas, esceto por um sapato que me desconcertava, segurei em meus braços e adormeci...”
O livro teve uma adaptação para o cinema em 2006 com produção de Tom Cruise com Salma Hayek como Camilla e Collin Ferrell como Arturo.
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Onde encontrar: www.bibliotecadesaopaulo.org.br
www.estantevirtual.com.br
14 fevereiro, 2011
Clarice Lispector
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, Clarice acompanha Gurgel até a Europa, lá ajuda feridos na guerra. O primeiro filho do casal, Pedro, nasce em 1948. Paulo, nasce em 1953. Já separada do marido, Clarice continua a publicar seus livros, como Laços de família, A maça no escuro, A legião estrangeira, A paixão segundo G.H. ...
Clarice e Gurgel no vulcão Vesúvio (fonte)
Dentre as obras de Clarice a mais conhecida é A Hora da Estrela. Novela escrita em 1977 que trás como personagem principal uma nordestina que chega ao Rio de Janeiro. O que é muito comentado e interessante, é que em todas obras da autora o personagem chega perto da morte mas isso não acontece. Em sua última obra foi diferente, a personagem morre. Teria Clarice previsto seu próprio destino? Já que grandes características de sua personagem (Macabéa, nesse caso) são da criadora.
Macabéa, interpretada por Marcélia Cartaxo, em A hora da estrela (filme).
Em 9 de dezembre de 1977, Clarice Lispector morre de câncer. Um dia antes de completar 57 anos. No mesmo mês, seu filho Paulo doa documentos manuscritos e datilografadas à Fundação Casa de Rui Barbosa.
A Hora da Estrela
Macabéa, moça humilde, veio do nordeste à cidade do Rio de Janeiro a procura de uma vida melhor. Trabalha como datilógrafa, se tornando amiga de serviço de Glória, que quer de qualquer jeito um marido. Macabéa conhece Olímpico de Jesus, metalúrgico, também do nordeste brasileiro, se tornando seu namorado. Glória, por sua vez, recebe uma tarefa de uma cartomante. Tarefa essa que a auxiliará a conseguir o que deseja, seu tão sonhado marido. Sendo capaz de acabar com a felicidade de quem já é desprovido de tal sentimento.
A hora da estrela
Veja o trailer:
Conheça mais Clarice Lispector em:
http://www.claricelispector.com.br/
http://www.releituras.com/clispector_bio.asp
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Há uma única entrevista concedida à Tv Cultura em 1977, mesmo ano em que a autora falece. A entrevista só vai ao ar tempos depois, pedido da própria Clarice.
Para quem quiser, segue a entrevista.
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Au revoir!